Noemi

Tuesday, May 01, 2007

Tecnologias Assistivas x Educação Inclusiva

Atendendo a solicitação da DISCIPLINA: Tecnologias na Educação Especial - Proa 7 sob orientação das PROFESSORAS: Ana Tijiboy e Carla Valenti em publicar no blog o estudo realizado a cerca de um tema dentro do módulo dEFTEC, enquanto CURSISTA, eu Noemi Huth, apresento:Tecnologias Assistivas x Educação Inclusiva

Qual o Conceito:

Tecnologia assistiva representa o conjunto de recursos ou serviços usados para melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência, visando sua inclusão educacional, social em busca de uma vida independente, autônoma .
Tecnologias assistivas compõem-se de recursos ou serviços utilizados para minimizar as dificuldades cotidianas do portador de deficiência. Entende-se por "Recursos todo e qualquer equipamento ou parte dele, produto ou sistema... utilizado para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com deficiência.”

O que diz a Legislação:

O Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, considera pessoa com deficiência a que se enquadra nas seguintes categorias:
1 - Deficiência física: Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções.
2 - Deficiência auditiva: Perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando de graus e níveis na forma seguinte: de 25 a 40 decibéis (db) - surdez leve; de 41 a 55 db - surdez moderada; de 56 a 70 db - surdez acentuada; de 71 a 90 db - surdez severa; acima de 91 db - surdez profunda; e anacusia.
3- Deficiência visual: Acuidade visual igual ou menor que 20/200 no melhor olho, após a melhor correção, ou campo visual inferior a 20º (tabela de Snellen), ou ocorrência simultânea de ambas as situações.
4 - Deficiência mental: Funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, utilização da comunidade, saúde e segurança, habilidades acadêmicas, lazer e trabalho.
5 - Deficiência múltipla: Associação de duas ou mais deficiências.

Classificação das Tecnologias Assistivas

As tecnologias assistivas estão classificadas em categorias, porém esta classificação não é definitiva e pode variar segundo alguns autores. A importância desta está no fato de organizar a utilização, a prescrição, o estudo e pesquisa destes materiais e serviços, além de oferecer ao mercado focos específicos de trabalho e especialização.
1. Recursos de acessibilidade ao computador: Equipamentos de entrada e saída (síntese de voz, Braille), auxílios alternativos de acesso (ponteiras de cabeça, de luz), teclados modificados ou alternativos, acionadores, softwares especiais (de reconhecimento de voz, etc.), que permitem as pessoas com deficiência a usarem o computador.
2. Auxílios de mobilidade:
Cadeiras de rodas manuais e motorizadas, bases móveis, andadores, scooters de 3 rodas e qualquer outro veículo utilizado na melhoria da mobilidade pessoal.
3. Auxílios para a vida diária: materiais e produtos para auxílio em tarefas rotineiras tais como comer, cozinhar, vestir-se, tomar banho e executar necessidades pessoais, manutenção da casa etc.
4. Adaptações em veículos:
Acessórios e adaptações que possibilitam a condução do veículo, elevadores para cadeiras de rodas, camionetas modificadas e outros veículos automotores usados no transporte pessoal.
5. Projetos arquitetônicos para acessibilidade: Adaptações estruturais e reformas na casa e/ou ambiente de trabalho, através de rampas, elevadores, adaptações em banheiros entre outras, que retiram ou reduzem as barreiras físicas, facilitando a locomoção da pessoa com deficiência.
6. Adequação Postural: Adaptações para cadeira de rodas ou outro sistema de sentar visando o conforto e distribuição adequada da pressão na superfície da pele (almofadas especiais, assentos e encostos anatômicos), bem como posicionadores e contentores que propiciam maior estabilidade e postura adequada do corpo através do suporte e posicionamento de tronco/cabeça/membros.
7. Órteses e próteses: Troca ou ajuste de partes do corpo, faltantes ou de funcionamento comprometido, por membros artificiais ou outros recurso ortopédicos (talas, apoios etc.). Inclui-se os protéticos para auxiliar nos déficits ou limitações cognitivas, como os gravadores de fita magnética ou digital que funcionam como lembretes instantâneos.
8. Sistemas de controle de ambiente: Sistemas eletrônicos que permitem as pessoas com limitações moto - locomotoras, controlar remotamente aparelhos eletro-eletrônicos, sistemas de segurança, entre outros, localizados em seu quarto, sala, escritório, casa e arredores.
9. Auxílios para surdos ou com déficit auditivo:
Auxílios que inclui vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para surdez, telefones com teclado, sistemas com alerta táctil-visual, entre outros.
10. Auxílios para cegos ou com visão sub-normal: Auxílios para grupos específicos que inclui lupas e lentes, Braille para equipamentos com síntese de voz, grandes telas de impressão, sistema de TV com aumento para leitura de documentos, publicações etc.
11. Comunicação aumentativa (suplementar) e alternativa: Recursos, eletrônicos ou não, que permitem a comunicação expressiva e receptiva das pessoas sem a fala ou com limitações da mesma. São muito utilizadas as pranchas de comunicação com os símbolos PCS ou Bliss além de vocalizadores e softwares dedicados para este fim.

Inclusão escolar e tecnologias assistivas

No cotidiano escolar o uso das tecnologias assistivas se torna cada vez mais necessário, uma vez que estamos vivendo um momento em que o processo devem gradativamente aumentando.
Incluir um aluno é muito mais do que colocá-lo em uma classe regular. Incluir significa proporcionar condições de aprendizagem, oferecendo recursos para que cada estudante desenvolva suas potencialidades dentro de suas especificidades.
O Brasil tem hoje, 640.317 alunos com necessidades educacionais especiais matriculados nas escolas do país, segundo o Censo escolar de 2005 (MEC, 2006), portanto esse não é um problema que possa ser ignorado.
Para atender a demanda de incluídos a escola necessita mudar algumas estruturas como:
Adaptações ambientais, estas envolvem mudanças na estrutura física.
Adaptação postural, torna-se necessário oferecer mobiliário adequado às necessidades do incluído, é preciso pensar em todas as necessidades vitais do mesmo, ofertar a ele material didático adequado ao seu desenvolvimento intelectual para que possa ocorrer o processo de ensino–aprendizagem.
O recurso alternativo para a comunicação oral,com a utilização de pranchas de comunicação ou comunicadores. A independência nas atividades de vida, prática com adaptações simples como argolas para auxiliar a abertura da merendeira ou mochila, ou copos e talheres adaptados para o lanche.

Tecnologias Assistivas utilizadas na interação do ser humano com o computador
Teclados alternativos
São dispositivos de software ou hardware que oferecem alternativa para o acionamento de teclas, simulando o funcionamento do teclado convencional.

Ponteiras de cabeça
Ferramentas que podem ser unidas à cabeça
Para auxiliar no uso do teclado por pessoas
que tenham dificuldades em usá-lo da forma convencional.

Dispositivos apontadores alternativos
Alternativas ao mouse, que facilitam o acionamento de elementos de uma interface gráfica e/ou seleção de seu conteúdo.
Exemplos deste tipo de dispositivos são os acionadores, para serem utilizados com os olhos (eyegaze systems), com os pés e/ou com as mãos.

Ampliadores de tela

São aplicativos que ampliam parte da interface gráfica apresentada na tela do computador e, assim, podem facilitar seu uso por pessoas com baixa visão. Na medida em que ampliam parte da interface, também reduzem a área que pode ser visualizada, removendo informações de contexto. Temos como exemplo de tecnologia assistiva a Lente de Aumento do Sistema Operacional Microsoft Windows e a Lente pro.

Sistemas para entrada de voz
Facilitam a interação com o computador via voz e, assim, podem ser utilizados por pessoas que estejam com a mobilidade dos membros superiores comprometida. Aplicações que podem ser utilizadas amplamente via teclado, também, podem ser acionadas via síntese de voz. Exemplos de sistemas para entrada de voz são o IBM Via Voice e o Motrix.

Leitores de tela com síntese de voz
São aplicativos que facilitam a leitura de informações de texto via sintetizador de voz e, assim, podem ser utilizados por pessoas com deficiência visual, por pessoas que estejam com a visão direcionada a outra atividade, ou até mesmo por aquelas que tenham dificuldade para ler. São exemplos de leitores de telas: Jaws for Windows da Freedom Scientific, Virtual Vision da Micro Power e Monitivox.

Interface Especializada - DOSVOX
É um sistema operacional para microcomputadores que se comunica com o usuário através de síntese de voz viabilizando deste modo, o uso de computadores por invisuais. O sistema "conversa" com o deficiente visual em Português. O DOSVOX vem sendo desenvolvido desde 1993 e foi desenvolvido com tecnologia totalmente nacional (criado pelo Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ), sendo o primeiro sistema comercial a sintetizar vocalmente textos genéricos na língua portuguesa. Tanto o software quanto o hardware são projetos originais, de baixa complexidade e adequados a nossa realidade, possibilitando ao usuário recursos que abrangem desde a edição de textos até utilitários e navegação na Internet .

Impressoras braile
Imprimem, em papel, informações codificadas em texto para o sistema braile. Existem impressoras braile, que utilizam um sistema denominado interpontos, viabilizando a impressão nos dois lados do papel.

Linhas braile
Hardware compostos por fileiras de células braile eletrônicas, que reproduzem informações codificadas em texto para o sistema braile e, assim, podem ser utilizadas por usuários cegos ou pessoas com baixa visão.
Aprofunde seu estudo e conheça os dados do Rio Grande do Sul nesta área, acesse: http://www.assistiva.org.br/ta.php?mdl=pesquisa1&arq=grf1

Dica importante: Escolha Tipo de Instituição Agregada ou Tipo de Instituição Desagregada e clique em Visualizar. Desça com a barra de rolagem, nos Filtros selecione a UF e escolha Rio Grande do Sul depois clique em Visualizar. Aí você terá uma visão das instituições do Rio Grande do Sul ligadas às Tecnologias Assistivas. http://www.assistiva.org.br/ta.php?mdl=textometodo&arq=texto&l=duvidas

Educação Inclusiva
Ao estudar as tecnologias assistivas percebi que estas não estão desconectadas da educação inclusiva, se a entendermos como processo, como melhoria da qualidade das respostas educativas, e no aspecto atitudinal.
Concordo com os autores que afirmam que as discussões em torno da educação inclusiva perpassam pelas reflexões acerca dos seguintes temas: “- O futuro da educação especial, em consonância com a política mundial de educação para todos; - Os desafios enfrentados pelas escolas regulares para que assumam e pratiquem a orientação inclusiva em suas culturas, políticas e práticas”. Desta forma toda a discussão em torno da educação inclusiva deve ocorrer no contexto de uma agenda mais ampla, com foco na educação para todos, e que implica numa escola regular de qualidade. Os desafios dos gestores das escolas regulares e especiais não são poucos, vão para além do foco das dificuldades dos alunos, é preciso entender as limitações dos sistemas de ensino e das escolas. Entendo que o desafio implica numa nova visão de necessidades educacionais especiais dos alunos, das escolas, dos professores e de todos os recursos humanos envolvidos. Precisamos aprender a avaliar aquilo que valorizamos em nossos alunos no processo de aprendizagem em desenvolvimento.
Concluindo penso que no RS estamos vivendo um período de vontade política na busca de soluções e tornar nossas escolas inclusivas. Pois, se está buscando implementar uma educação para todos, tarefa que não depende só dos educadores e das escolas. É preciso articulação entre as políticas públicas para a remoção de barreiras existentes, e isto é tarefa, é ação efetiva de todos nós na garantia do funcionamento de uma escola pública de qualidade.

Fonte de Pesquisa:
Decreto nº 3298/1999
Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes - ONU
Textos: # Educação Inclusiva: do que estamos falando? Carvalho, Edler Rosita - Extraído do site da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo – www.educacao.sp.gov.br/cape/eventos
# Introdução à Tecnologia Assistiva – Bersch, Rita CEDI- Centro Especializado em Desenvolvimento Infantil Porto Alegre – RS – 2005. http://www.cedionline.com.br/artigo_ta.html

2 Comments:

  • Olá Noemi!

    Bem legal a tua pesquisa sobre tecnologias assistidas.
    Aprendi várias coisas interessantes lendo a tua pesquisa.

    Boa semana!
    Beijos
    Aline

    By Blogger Aline_Kunst, at 3:06 PM  

  • Oi Noemi...

    Porabéns pelas sua ideia de fazer um blogger sobre Tecnologia Assistiva.
    Eu quero agradecer por que o seu Blogger me ajudou muito, eu estou fazendo um trabalho para apresentar na faculdade e as suas pesquisas foram de suma importancia.
    Eu sou de Pimenta Bueno Rondônia.

    Bejos...
    Simone Seguro Guarnier

    By Blogger Unknown, at 8:03 AM  

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